Dora Gonçalves

As cinco ferramentas da inteligência emocional

Por Dora Gonçalves em Maio de 2021

Tema Desenvolvimento Pessoal / Publicado na revista Nº 20

Na nossa edição anterior começámos por falar das Ferramentas da Inteligência Emocional aplicadas à  Educação .

Explanámos o primeiro passo , “ Ter consciência das Emoções da Criança”, como fator inicial fundamental para iniciar o processo de reconhecimento e compreensão do sentimento da criança nas suas variadíssimas reações e interações, sobretudo com os pais, amigos e educadores em geral.

Agora vamos apresentar os passos seguintes para que os educadores os possam seguir e aplicar.

2º Passo: Reconhecer a emoção como uma oportunidade para a intimidade e a aprendizagem

Para muitos pais reconhecer as emoções negativas dos filhos como oportunidades para a criação de laços e para a aprendizagem é uma autentica libertação. Começam a perceber que a zanga das crianças não constitui um desafio  à autoridade mas sim uma forma de as conhecerem melhor.

Nunca devemos ignorar os sentimentos negativos da criança na esperança que se esfumem ou desapareçam.

Eles só se resolvem quando a criança é compreendida e pode falar do que sente e ser ajudada a resolver essa situação emocional.

3º Passo: Escutar com empatia e validar os sentimentos da criança

É importante sentar-se junto da criança, ao seu nível,ouvi-la com atenção com uma atitude tranquilizadora e isenta de crítica. Se não o fizer desta forma e com seriedade a criança facilmente perceberá que não está a ser levada a sério e que caiu numa cilada para se tirar alguma informação dela.

Desta forma não criará, nunca, empatia com ela e comprometerá o seu relacionamento na base da confiança.

4º Passo: Ajudar a criança a classificar verbalmente as emoções

É fundamental que a criança aprenda a classificar as suas emoções; se está triste, zangada, tensa, preocupada, magoada…

Estudos feitos indicam que a classificação das emoções produz um efeito calmante no sistema nervoso; ajuda a que a criança se concentre e consequentemente crie melhores relações com os amigos; mais saúde e maior aproveitamento escolar.

É importante ajudá-las a definir as emoções mas nunca lhes devemos dizer o que se deve sentir, fazer ou pensar.

Muitas vezes as crianças têm uma confusão de sentimentos e é necessário ajudá-las, através do diálogo, sempre.

5º Passo: Estabelecer limites ao mesmo tempo que se ajuda a criança a resolver o problema

É importante que os pais expliquem que o problema não são os sentimentos  mas o comportamento. Há que estabelecer limites para os atos mas não para os sentimentos ou desejos.

Coloca-se a questão de que comportamentos devem ser limitados pelos pais e aqui figuram os limites segundo os valores próprios de cada família.

Devemos ter em consideração que o excesso de tolerância deve ser evitado pois é gerador de “ansiedade” e exigências que não podem ser satisfeitas.

Devemos usar um sistema de regras baseado em 3 zonas de comportamento:

Zona Verde: Comportamento aprovado e desejado.

Zona Amarela: Má conduta que não é aprovada mas pode ser tolerada em situações específicas.

Vermelha: É o comportamento que não pode ser tolerado em circunstância alguma.

As consequências para o bom comportamento podem ser:

Atenção positiva

Elogio

Privilégios e Recompensas

As consequências para o mau comportamento podem ser:

A negação da atenção

A perda de privilégio

Ausência de recompensas

Isolamento ( Nunca usar palavras que façam com que a criança se sinta rejeitada ou humilhada. Deve ter muito cuidado e sensibilidade nos seus atos).

O passo seguinte é a identificação de objetivos comportamentais e tentar arranjar soluções possíveis:

Os pais podem usar questões abertas para os filhos;

Podem sugerir que a criança desenhe os seus sentimentos;

Numa criança mais velha ou adolescente podemos usar o “brainstorming”, lançando palavras.





O importante é reforçar sempre positivamente os avanços, as conquistas, que a criança ou o adolescente vai fazendo.

O passo seguinte é avaliar as soluções propostas com base nos valores familiares:

Esta solução parece-te justa?

Isto é seguro?

Como é que te vais sentir?

Ajudar a criança a escolher uma solução, caso a solução apresentada pelos pais seja rejeitada também me parece uma atitude positiva.

Aqui,depois de escolhida a solução, a criança deverá testá-la:

Que sentimentos tem agora?

O que aprendeu com a experiência?

Que decisões a deixaram orgulhosa?

Tudo isto faz parte de um processo de aprendizagem, não só para a criança como também para o adulto.

O importante é criar regras e disciplina com amor.

*Como educador aproveite a colaboração da “Coach Parental”, para melhorar o relacionamento familiar com o seu filho, o comportamento do mesmo, a relação com os amigos, etc.

Dora Gonçalves






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