A natureza nos surpreende todos os dias com sua oferta infinita de beleza, cor, aromas, sabores e inúmeros benefícios, tanto para o corpo quanto para a mente.
E um desses gigantes benefícios nos é dado pelas plantas.
Hoje compartilho aqui alguns dos pontos de vista nutricionais, através da planta Camellia sinensis, que é muito conhecida mundialmente por seus benefícios através do chá verde. Seus benefícios para a saúde vêm sendo confirmados em estudos pré-clínicos e epidemiológicos, que vão desde a remissão de tumores até o estímulo da lipólise no processo de perda de peso.
Além do chá verde, essa planta também nos oferece os chás preto, branco e vermelho. Todos possuem os mesmos efeitos terapêuticos mas, devido aos diferentes tipos de processamento, podem haver algumas alterações nas quantidades de compostos bioativos. Outro fator que também os diferencia é o sabor mais amargo ou mais suave e, seu preço de mercado.
Os principais constituintes do chá da Camellia sinensis são polifenóis, proteínas, aminoácidos, hidratos de carbono, minerais e oligoelementos, vitaminas, cafeína, clorofila e carotenóides. A composição de suas folhas pode variar amplamente de acordo com a agricultura, botânica e fatores genéticos, além de sofrer influência do clima, estação do ano, grau de crescimento, localização de cultivo, idade das folhas e plantas, fatores pós-colheita, armazenamento , umidade e métodos de fermentação.
De uma forma geral, um chá verde típico (250ml) contém aproximadamente 50 a 100mg de catequinas e 30 a 40mg de cafeína. Contudo, o método de preparo, a quantidade de material vegetal utilizado e a temperatura da água também afetam a composição dos compostos bioativos encontrados no chá verde.
Quais os benefícios de consumir o chá verde?
Estudos demonstram que o Chá Verde, devido às suas catequinas, possui efeitos benéficos preventivos e de tratamento, em casos de doenças hepáticas - principalmente esteatose hepática – diabetes, resistência à insulina, hipertensão e vários tipos de cancros.
A planta quando consumida de forma adequada pode também reduzir o stress, pela diminuição dos níveis de cortisol sanguíneo, e aumentar a imunidade do organismo.
Além da sua ação de inibição da replicação viral (inibir a fase 1 de multiplicação dos vírus), alguns estudos apontam que vários componentes da planta Camellia sinensis também conseguem inibir o acoplamento dos vírus às nossas células; ou seja, o vírus não invade nossos tecidos e não se multiplica.
O chá verde é muito anti-inflamatório e é um imuno-estimulante, o que acarreta na melhora da resposta imune (melhora o potencial de nossas células natural killer que são células que combatem os vírus). Pensando nisso, o uso do chá verde pode ser um excelente aliado nessa fase de contaminação viral em que estamos vivendo, nos auxiliando tanto na prevenção como no combate ao vírus, através da melhora da nossa imunidade e da resposta inflamatória; juntamente com todas as outras medidas que são indicadas de cuidados, prevenção e tratamento.
Como devemos tomar o chá verde e prepará-lo?
Para a obtenção dos seus benefícios terapêuticos o chá deve ser consumido duas vezes ao dia entre as refeições, lembrando que não deve ser consumido junto com alimentos e com no mínimo 40 minutos após cada grande refeição, pois pode atrapalhar na biodisponibilidade e absorção de alguns nutrientes como, por exemplo, o Ferro.
Modo de preparar:
• Aqueça a água até obter pequenas bolhas (65°C), atenção a água que não deve ser fervida.
• Desligue o fogo e acrescente agora 1 colher (de sopa) cheia da planta para cada 500ml de água.
• Abafar o recipiente por 7 a 10 minutos
• Coar e desfrutar.
Caso queira preparar de uma só vez a dose diária, o que será tomado mais tarde, deve-se armazenar no frigorífico ou em um recipiente de vidro, cerâmica ou aço inoxidável por no máximo 24 horas.
Obs.: Apesar de vários trabalhos demonstrarem efeitos benéficos do consumo do chá verde, pairam ainda algumas dúvidas acerca das quantidades exatas recomendadas para consumo humano diário, concentração ideal de preparo, efeitos dos chás e das catequinas isoladamente, bem como do uso do extrato ou de suplementos.
E o Matchá?
O chá matcha é feito das folhas (brotos) mais jovens do chá verde (Camellia sinensis) que são protegidas da luz solar para depois serem convertidas em pó. Devido a esse sombreamento das plantas durante o período de crescimento, há um aumento da síntese e acúmulo de compostos biologicamente ativos, gerando uma maior concentração de cafeína, teanina, clorofila e vários tipos de catequinas; fornecendo ainda mais antioxidantes para o organismo.
A preparação do matcha começa algumas semanas antes da colheita e pode durar até 20 dias, quando as plantas de chá são cobertas para evitar a luz solar direta. Este procedimento desacelera o crescimento, estimula um aumento nos níveis de clorofila, deixa as folhas com uma cor verde mais escura e causa a produção de aminoácidos. São os aminoácidos que dominam o sabor do matcha. O matcha de maior qualidade têm uma doçura mais intensa e um sabor mais profundo que os chás normais colhidos mais tarde durante o ano.
Consumido habitualmente nos países asiáticos, estudos experimentais tem demonstrado efeitos neuro protetores, antioxidantes e anti-inflamatórios. Seus benefícios têm sido promissores para a prevenção de doenças neurológicas e carcinogénicas, além de contribuir para algumas situações de recuperação pós-cirúrgicas.
Atenção e cuidados:
Embora não existam dados comprovativos relativos aos efeitos nocivos do consumo do chá feito com a planta Camellia sinensis, a ingestão de grandes quantidades pode causar alguns problemas devido à presença da cafeína - como insônia e nervosismo - devido à estimulação cerebral, ainda que frequentemente pareçam ser leves e transitórios. Devido à isso, é importante observar a ingestão também de outras fontes de cafeína consumidas ao longo do dia.
Devido ao conteúdo taninico e ao ácido clorogênico presentes nas preparações, indivíduos com distúrbios gástricos – gastrite e úlcera peptica – podem apresentar alguns efeitos adversos mesmo em dosagens usuais. Já quadros de hiperacidez e irritação gástrica, redução do apetite, constipação severa e diarreia, poderiam resultar do consumo excessivo do chá.
A ingestão em longo prazo de dosagens de cafeína acima de 1,5g ao dia, podem provocar sintomas não específicos como inquietação, irritabilidade, insônia, palpitações, tonturas, vômitos, diarreia e cefaleia. Portanto, deve ser evitado em pessoas com diagnostico de alterações cardiovasculares graves (insuficiência cardíaca, insuficiência coronária, arritmia), úlcera gastroduodenal, epilepsia, insônia, na gravidez e lactação e, em crianças menores de 12 anos.
Também é desaconselhado que seja associado à drogas vegetais tranquilizantes ou estimulantes; e por ter interação farmacológica com alguns medicamentos, esse fator também deve ser considerado.
São contra indicados nas desordens tireoidianas e na anemia microcítica.
Lembrando que nem tudo é para todos, e sempre se torna mais conveniente e importante uma orientação feita por um profissional especializado para avaliar cada caso individualmente.
E nada e nem nenhum suplemento, planta ou alimento por si só é eficaz para tratar qualquer tipo de problema isoladamente; é sempre aconselhável e indicado uma associação de outras terapias ou combinações para o sucesso do tratamento, além de uma real mudança no estilo de vida.
Dra Simone Santos
CP 4742N
Nutricionista Especializada em Nutrição nas doenças crônicas não transmissíveis e Pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional
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