
FENG SHUI - As divisões da casa
Por Alberto Andrade em Novembro/Dezembro
Neste artigo e no próximo vamos falar das diversas divisões da casa e dar algumas dicas sobre elas.
• Porta de entrada
É a ligação entre o exterior e o interior, marcando a transição de um estado de consciência para outro. Um espaço yang (a rua, o trânsito, o movimento, etc.) e um lugar yin (privado, protegido, personalizado).
Não deverá ser nem muito grande nem muito pequena, isto é, deverá estar em harmonia com as dimensões da casa. É importante que esteja em boas condições, não só de segurança como estéticas. Afinal, será através dela que o chi fluirá.
Nas casas com mais de uma porta para o exterior a porta de entrada do chi é a porta mais utilizada, podendo ser a principal ou não.
A porta deve funcionar bem, isto é, que se possa abrir facilmente e sem barulhos, assim como fechar-se sem esforço. Caso contrário, causará um efeito negativo sobre a pessoa que a abre e uma sensação de desconforto e incómodo sobre as visitas.
• Hall
A entrada desperta a “primeira impressão”, considerada decisiva.
O hall deve ser bem iluminado e ter objetos bonitos, que chamem a “atenção” do chi; halls escuros e oprimidos impedem a entrada do chi.
Ter um lugar próximo, sempre que possível à direita da porta, onde se possa pendurar os casacos, pousar os guarda-chuvas, etc. A tendência natural das pessoas é encontrar um ponto de apoio, à direita quando entra num local; o facto de o encontrar gera uma sensação de boas-vindas.
O mobiliário não deve apresentar arestas ou ângulos que apontem para a porta; se existem, devem ser arredondados.
Colocar uma imagem agradável, um quadro ou uma foto, que inspire ânimo positivo, pois será esse o estado que levaremos ao sair de casa e aquele que encontraremos no regresso.
Uma carpete ou um tapete dará um toque yin (recetivo) em oposição ao piso duro (yang) do exterior.
• Sala de Estar
A sala de estar é considerada o ambiente mais yang e público da casa.
Podendo-se caracterizar como o espaço onde expressamos a nossa vida, as nossas histórias e inclinações, dever-se-á dar particular atenção ao equilíbrio entre cheio e vazio, luz e sombra, embora sempre de acordo com o nosso gosto pessoal.
Ter sempre em atenção que um espaço demasiadamente preenchido tem um efeito opressor sobre as pessoas.
Na sala de estar, os grandes sofás representam Dragões e as poltronas, os Tigres. A sua disposição deverá ser em semicírculo, já que as pessoas preferem estar em ângulo entre si, do que frente-a-frente, que é uma solução mais formal, de confronto e que, às vezes, constrange.
Se um sofá ou poltrona não se “apoiar” numa parede, deverá ter um aparador por detrás, dando-lhe suporte. No caso das poltronas, uma pequena mesa lateral dará o mesmo efeito.
Os cantos da sala, locais de possível estagnação do chi, poderão receber vasos com flores, esculturas ou pontos de luz, de forma a fazer circular a energia.
• Cozinha
Um ambiente calmo, silencioso e resguardado é o mais indicado. Por isso a cozinha não se deve expor diretamente para a rua. Cozinhas escuras são deprimentes e a proximidade a uma casa de banho é considerado indesejável; o ar que circula na cozinha é denominado “vivo”, enquanto o da casa de banho é “estagnado e morto”.
Sendo a determinação do lugar do fogo (fogão), da cama e da porta de entrada alguns dos pontos mais importantes no projeto e avaliação de uma casa, será importante conhecer algumas referências técnicas sobre a localização do fogão:
que não fique confinado por parede lateral ou armários baixos;
que fique afastado, por meio de balcão ou armário, da Água (lava-louças) e do Metal (frigorífico), os quais, igualmente, não deverão localizar-se à sua frente;
evitar a “posição de vulnerabilidade”, isto é, de frente para a porta ou diante de janela, situações que favorecem a perda do calor;
não estar localizado atrás ou sob a cama (situada no andar superior, se for o caso);
evitar posicioná-lo no centro geométrico da casa;
é contraindicado o alinhamento de portas de cozinha e de quarto.
Sala de Jantar
A sala de jantar foi durante muito tempo, e talvez ainda o seja em muitos casos, quase um “museu” da casa. Espaço “atulhado” com grandes móveis, onde são guardados os serviços de porcelana e copos de cristal, só utilizada por ocasião das grandes festividades, como as Ceias de Natal e Ano Novo, Páscoa, aniversários, batizados e pouco mais.
É, todavia, um espaço de convívio por excelência, devendo ter uma mesa capaz de incluir toda a família e ainda alguns familiares e amigos.
Poderá, igualmente, ter um grande espelho, pendurado numa das paredes. Crê-se que a imagem dos alimentos, projetado no espelho, dá um ambiente de abundância.
• Casa de banho
A casa de banho assume, para o Feng Shui, um carácter de “descarga” de toda a energia física e psíquica que nos oprime. Por outro lado, é também considerado um “sorvedouro”, já que a sanita e os ralos da banheira e do lavatório, funcionando à base de sucção e escoamento de água, subtraem o princípio vital do lugar.
A tradição recomenda acionar a descarga do autoclismo com a tampa da sanita abaixada e manter os ralos fechados.
Algumas considerações importantes:
não deve estar em frente à porta principal de entrada;
não deve abrir-se diretamente para a porta de um outro aposento, principalmente quartos;
estar situada no fim de corredores ou em frente a escadas, já que estabeleceria uma comunicação indesejável com o restante da casa;
abrir-se para as salas de estar ou de jantar;
alinhar-se, seja na vertical ou na horizontal, com camas ou o fogão;
estar localizado em posição central da casa.
No próximo artigo falaremos de um dos espaços mais importantes da casa: os quartos.
Até lá, bom Feng Shui!
Alberto Andrade
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