
Luzes sobre o Zêzere: o mistério espiritual dos céus de Dornes
Por Maria Ribeiro em Outubro de 2025
Entre o céu e a terra, há lugares que parecem guardar segredos antigos. Dornes, terra templária e espelho do Zêzere, é um desses lugares. Quando uma luz misteriosa risca o firmamento, o fenómeno ultrapassa o campo do visível e entra no domínio do espiritual. Talvez não se trate apenas de um objeto não identificado — mas de uma mensagem interior.
O encontro com o inexplicável
Era noite fechada em Dornes. O rio Zêzere refletia o céu com uma serenidade quase mística, e o silêncio das margens parecia conter uma promessa. Um pescador, habituado às madrugadas tranquilas, notou uma luz que se movia sobre a torre templária. Não era estrela, nem avião. Pulsava de forma irregular, quase como se respirasse.
Durante minutos, ficou ali, imóvel, entre o espanto e o medo. Quando a luz desapareceu, algo dentro dele tinha mudado. O mistério não viera apenas do céu — viera também de dentro.
“O verdadeiro enigma não está no firmamento, mas em nós — no modo como acolhemos o desconhecido.”
Dornes: o sagrado e o invisível
Dornes é um lugar onde o tempo se detém. Rodeada pelas águas calmas do Zêzere, a vila ergue-se sobre uma península verde, coroada pela torre templária de base pentagonal. É um local que vibra entre o visível e o invisível, onde a natureza e a história se entrelaçam num silêncio cheio de presença.
Os visitantes falam de uma “energia especial”, de uma sensação de paz e de mistério. Talvez seja apenas o efeito da beleza natural. Talvez seja algo mais — uma frequência antiga, um chamamento interior.
OVNIs e o arquétipo do mistério
O fascínio humano pelo céu é tão antigo quanto o próprio olhar. Desde sempre procuramos respostas nas estrelas — chamando-lhes deuses, sinais. Hoje, chamamos-lhes fenómenos aéreos não identificados.
Mas será que procuramos naves ou significados? O fenómeno OVNI pode ser visto não apenas como questão científica, mas como expressão espiritual: uma metáfora do desconhecido dentro de nós.
“Cada luz inexplicável no céu é também uma centelha da nossa própria consciência a tentar expandir-se.”
Em Dornes, essa metáfora ganha forma. O espelho do Zêzere duplica o firmamento — e nesse reflexo, o ser humano confronta-se com o infinito.
As luzes e o despertar interior
Na linguagem espiritual, a luz representa o conhecimento, a revelação, o despertar.
Quando alguém observa uma luz que não compreende, há um instante em que o pensamento se suspende — e, nesse instante, algo se abre.
Carl Jung sugeriu que os OVNIs são projeções do inconsciente coletivo: manifestações simbólicas do anseio humano por transcendência. Assim, o avistamento torna-se uma epifania moderna, um momento de comunicação entre o consciente e o invisível.
Em Dornes, essa experiência ganha contornos de sagrado. A torre templária ergue-se como guardiã do mistério, lembrando que o céu é apenas um espelho da alma.
O olhar templário sobre o cosmos
Os Templários, que outrora habitaram Dornes, viam o mundo como território espiritual. A guerra exterior era reflexo de uma batalha interior: a luta pela luz.
Se vissem hoje uma luz cruzar o céu sobre o Zêzere, talvez não falassem em extraterrestres, mas em sinais celestes. A linguagem muda, mas o impulso é o mesmo — compreender o que ultrapassa a razão.
“Os antigos olhavam para o céu à procura de Deus; nós olhamos à procura de vida. No fundo, procuramos sempre o mesmo: companhia no mistério.”
A experiência transformadora
Contemplar o céu noturno de Dornes é uma meditação em si. As estrelas refletem-se na água, criando a ilusão de um universo duplo — o de cima e o de dentro.
Quem ali presencia algo inexplicável, mesmo que tenha explicação, sente-se tocado por uma dimensão que não cabe nas palavras.
O verdadeiro fenómeno não é a luz, mas a reação que ela desperta: o espanto, a humildade, a consciência de sermos minúsculos diante do infinito.
Dornes, o espelho do infinito
Talvez Dornes seja mais do que um lugar físico — talvez seja um estado de espírito.
As suas colinas silenciosas e as águas imperturbáveis convidam à escuta interior.
É um ponto de encontro entre o sagrado e o profano, entre o humano e o cósmico.
Mesmo sem explicações, as histórias de luzes no céu continuam a circular. E, de certa forma, pouco importa se são drones, satélites ou algo mais. O que importa é o efeito simbólico: lembram-nos de que há mistérios que resistem à lógica — e que talvez seja bom que assim seja.
O céu que nos devolve o olhar
A luz desapareceu tão misteriosamente como surgira. O pescador voltou a casa, mas o seu olhar nunca mais foi o mesmo.
Em cada noite seguinte, voltava a observar o céu — não para encontrar respostas, mas para sentir a presença do mistério.
“Talvez o que procuramos no céu seja, afinal, uma forma de nos recordarmos de onde viemos.”
Dornes permanece em silêncio, guardando o segredo das suas águas e o eco das suas luzes. E quem lá vai, talvez descubra que o fenómeno mais extraordinário não é o que se vê no firmamento — mas o que desperta dentro de si ao contemplá-lo.
Maria Ribeiro
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