Maria João Angélico

Movimentos Retrógrados no Céu – Tempo de abrandar

Por Maria João Angélico em Maio de 2020

Estamos a entrar numa fase do ano em que os planetas no céu começam a iniciar um movimento retrógrado. Os planetas descrevem o seu movimento numa determinada trajetória em torno do sol e a uma determinada altura verifica-se que eles têm um comportamento em que abrandam significativamente a sua velocidade. Visto da Terra, nas suas posições relativamente ao zodíaco, eles andam graus para trás.

Mercúrio fica três vezes retrógrado durante o ano, por aproximadamente três semanas. Júpiter, Saturno, Netuno, Urano e Plutão ficam todos os anos retrógrados por períodos entre quatro a cinco meses. Vénus e Marte são exceção, não ficam todos os anos retrógrados. Vénus fica retrógrada com uma frequência de um ano e meio, durante seis semanas e Marte com uma frequência de dois em dois anos anos e durante dois meses (de duração). 

Este ano, além da conjuntura que expus no artigo anterior, encontramos todos os planetas retrógrados no céu.

Quando um planeta entra no seu movimento de retrogradação, ele está a pedir-nos a nós humanos, mais interiorização, reflexão e análise sobre como estamos a usar a nossa energia. É como se o tema que o planeta aborda, não avançasse no tempo, e está a direcionar o olhar para trás, avaliando e solucionando situações anteriores que não estão concluídas ou resolvidas. A nível externo a vida abranda e quando insistimos em movimentos voltados para o exterior podemos encontrar alguns bloqueios e falta de fluidez. Um retrógrado é um portal de energia que pode ser aproveitado para uma grande viagem interna, onde a vida acontece do lado de dentro.

Este mês de Maio temos quatro planetas retrógrados no céu, em Junho seis, em Julho e Agosto cinco, em Setembro seis, em Outubro cinco, em Novembro quatro e terminamos o ano apenas com um planeta retrógrado no céu.









Observando a época em que temos o céu maioritariamente com planetas em movimento de retrogradação, percebemos que pode ser uma ilusão o querermos voltar aos movimentos “lá fora” sem ter acontecido uma verdadeira transformação interna da nossa estrutura. Esta vida que viveremos nestes próximos meses, neste novo tempo, pede para ser feita a reflexão e a análise do tempo vivido até então. O que descobri em mim, na minha relação com os outros e com o mundo? O que ficou por concluir? Que lutos ainda não fiz dentro de mim? Quais as motivações internas que me levam a fazer as minhas escolhas, de que raiz saem esses movimentos? Perceber se a vida que estou a construir agora “fora” é a repetição ou uma tentativa de reproduzir os padrões antigos, até agora vividos, ou se a construo sob novas perspetivas mais alinhadas com a minha alma.

 Tempo de retrógrado, não é tempo de acelerar, é tempo de abrandar, continuar a fazer o caminho, mas com uma velocidade que nos permita olhar e ver o que ainda não foi visto. 

Iniciemos esta etapa acima de tudo com consciência e perceber que não adianta resistir aos obstáculos externos. Isto não é uma luta, é uma colaboração com algo maior que a vida nos está a mostrar, neste caminho de crescimento pessoal que aqui estamos a fazer no plano terreno. Se lidarmos com resistências, donos e senhores da verdade, sem nenhum movimento feito no nosso interior, podemos aparentemente ganhar a “guerra”, mas apenas estaremos a dar mais poder ao outro lado e inevitavelmente mais tarde, este surgirá ainda com mais força. 

Maria João Angélico









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