A mudança faz parte da nossa vida desde sempre, pois é através da mudança que ganhamos oportunidades para viver as mais diversas experiências, para aprender mais sobre nós mesmos e sobre os outros, para vivermos a vida com um outro olhar que foge à rotina, que foge à inércia dos dias, para lidarmos com as novidades e desafios que a vida coloca diante do nosso Ser.
Mudar faz parte de nós e faz parte dos nossos percurso de vida, no entanto há várias formas de agir perante a mudança, pois também há várias formas de mudar dependendo de inúmeros fatores, tal como se a mudança é por vontade própria ou se nos é imposta por alguém; se estamos preparados emocionalmente (com uma gestão saudável das nossas emoções) para viver essa mudança; se temos coragem para enfrentar a mudança e todos os desafios a ela inerente ou se pretendemos ficar na inércia e na rotina dos nossos dias.
De fato, podemos encarar a mudança de variadas formas, mas independentemente da mudança que surge no nosso caminho, qualquer mudança necessita de um espírito criativo, capaz de se reinventar para se adaptar à mudança, para poder conscientemente viver essa mudança. Assim surge a questão: como nos podemos reinventar para recriar a mudança na nossa Vida? Poderá haver muitas respostas a esta questão associadas à forma como cada um de nós sente a mudança e vive a sua vida, porém somos todos conscientes das vezes que já mudámos e como o fizemos.
Uma das formas de reinventar e recriar a mudança é adotar uma gestão emocional saudável, ou seja, parar para refletir e cuidar das nossas emoções, sendo que elas são muitas vezes as responsáveis para reagirmos à mudança com medo, preocupação, impedindo de avançar, mesmo quando sentimos que é algo necessário para nós. Gerir emoções é um processo difícil e que pode causar dor, mas é também totalmente necessário para vivermos bem e para lidar com tudo à nossa volta, por isso é de fato necessário parar, escutar as nossas emoções, acolher todas elas (sem rejeitar nenhuma emoção, por menos positiva que seja), para abraçarmos a totalidade de quem somos.
Recriar a mudança é reinventar quem somos, perante os diversos desafios da vida, sabendo que nada será como era antes, que haverá novas experiências, novas emoções, uma nova vida que mesmo trazendo parte do passado atrás, será uma experiência totalmente transformada. Para recriar a mudança precisamos de estar conscientes de quem somos e do que queremos, sendo que tantas vezes andamos perdidos no meio dos pensamentos e emoções, que nos esquecemos de cuidar e olhar para nós mesmos, para compreender como estamos e como queremos viver. É com esta recriação de nós mesmos que vamos respondendo a algumas perguntas como por exemplo: “Gosto de mim tal como sou? O que gosto e não gosto em mim?”, “Vivo a vida que queria viver? Quero realmente mudar algo por vontade própria? Consigo aceitar a mudança que a vida me está a impor?”.
Ao responder a estas questões já estamos a iniciar um processo de recriação da mudança, pois estamos finalmente atentos a nós mesmos e ao que nos rodeia, questionando se estamos como queremos estar e a palavra-chave é Aceitação, ou seja, aceitar que a mudança faz parte da vida, aceitar que temos potencial para mudar, sendo que apenas estávamos a precisar desse impulso dado pela vida, para estarmos frente-a-frente com a oportunidade de transformar a nossa Vida. Aceitar não é de todo resignar, aceitar é compreender que a mudança faz parte de nós, para podermos viver mais e melhor. Aceitar é compreender que é preciso mudar para crescer e até para evoluirmos como seres humanos, de modo a atingir o propósito que escolhemos para a nossa vida ou que a vida escolheu por nós.
Após a vivência do processo de aceitação, surge um outro processo que vai ajudar a recriar quem somos e a recriar a mudança que estamos a viver, sendo necessário disponibilidade, ou seja, não nos fecharmos na nossa concha e recusar o que viver de novo. Essa disponibilidade implica muitas vezes colocar questões sobre o que estamos a viver, pesar os prós e contras dessa situação, para que possamos em consciência ir mudando ao nosso ritmo, mesmo que a mudança seja tantas vezes algo rápido e surge sem aviso. No entanto, se nos formos recriando diariamente, aceitando, estando disponível, gerindo as emoções, vamos recriando o nosso ser para receber a mudança de braços abertos ou até para a podermos não viver, não por medo, mas porque já sabemos o que queremos para nós mesmos.
Quando queremos e fazemos por algo, somos capazes de receber a mudança na nossa vida, potenciando a sua recriação, consoante o nosso trabalho interior e o nosso trabalho de reparação, manutenção e até de recuperação das relações essenciais na nossa Vida. Mudar implica compreender que nada é constante, que mesmo aquilo que parece estar sempre igual, vai mudando consoante nós mudamos como pessoas, consoante vivemos essas mesmas situações, sabendo que estamos a recriar o ser que somos, estamos a recriar a mudança, estamos a recriar o nosso Viver.
Aceitem, estejam disponíveis, giram as vossas emoções e acima de tudo, sejam felizes com as mudanças em vós.
Ricardo Fonseca
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